Chaminés da minha terra.
Hoje voltei ao meu velho caderno, e aproveito para vos dizer que o maroto
do meu Samir há dias «apanhou-me de costas» foi remexer na gaveta onde estava
uma pasta cheia de escritos que eu ainda não tinha passado a limpo, e fez deles
papelinhos para o Carnaval, mas a culpa não foi dele eu é que deveria de ter o
cuidado de fechar a porta, mas adiante no meio deles encontrei estes que vou
partilhar, eu quando ia para a escola tinha por hábito reparar para as chaminés
dos vizinhos, não me perguntem porquê que eu não sei explicar, mas sei que
era um fascínio ficar a olhar para o fumo até o ver desaparecer, tentava ver para
onde é que ele seguia, um dia a minha Mãe viu-me a olhar com atenção para a
chaminé da vizinha e começou a rir e disse-me assim, vê lá se percebes o que é
que se está a cozinhar nessa casa, no outro dia fiz estes versos para dar há
minha Mãe que como devem calcular ficou toda contente, hoje agora ao reler tudo
isto, até parece que sinto os cheiros da minha infância, tempos difíceis mas
tão mágicos e tão cheios de ternura, tempos em que éramos tão felizes e nem
sequer sonhávamos.
Chaminés da minha terra.
As chaminés da minha terra
Deitam fumo, cheiram bem
Têm vida, dão calor
E dão-nos o pão também.
A chaminé da Pecheca
Lá do alto do telhado
Deita um cheirinho tão bom
Acho que é chouriço assado.
A da Ti Deolinda Bicha
Não sei se será ou não
Cá para mim quando passo
Cheira a sopa de feijão.
A chaminé do Xarela
Trabalha de noite dia
Mas está visto tem que ser
Pois é uma padaria.
A do Ti Manel Joana
Já deve de estar cansada
Quando eu vinha da escola
Cheirava a sopa queimada.
Ao chegar a minha casa
Minha Mãe estava zangada
Pus-me a ver as chaminés
E já cheguei atrasada.
As chaminés da minha terra
Deitam fumo, cheiram bem
Têm vida, dão calor
E dão-nos o pão também.
A chaminé da Pecheca
Lá do alto do telhado
Deita um cheirinho tão bom
Acho que é chouriço assado.
A da Ti Deolinda Bicha
Não sei se será ou não
Cá para mim quando passo
Cheira a sopa de feijão.
A chaminé do Xarela
Trabalha de noite dia
Mas está visto tem que ser
Pois é uma padaria.
A do Ti Manel Joana
Já deve de estar cansada
Quando eu vinha da escola
Cheirava a sopa queimada.
Ao chegar a minha casa
Minha Mãe estava zangada
Pus-me a ver as chaminés
E já cheguei atrasada.
Era assim
meus amigos que eu passava o meu tempo, no tempo em que nem sonhava que um dia
estaria aqui a escrever nesta geringonça para partilhar convosco estas
memórias, mas ainda bem que se pode desfrutar destas novas tecnologias.
Uma boa noite para todos vós, muito obrigada pela vossa companhia. Bem Hajam.
Uma boa noite para todos vós, muito obrigada pela vossa companhia. Bem Hajam.
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