O Dia Treze e a Espinha Atravessada

 

Hoje voltei ao meu velho caderno. Já por várias vezes pensei em partilhar este “episódio”, mas com era um assunto assim um pouco, talvez, melindroso, ficava indecisa, mas hoje resolvi-me. Afinal foi há mais de cinquenta anos, foi verdade, foi presenciado por mais de trinta pessoas, é certo que a maioria já não se encontra entre nós, mas ainda restam algumas testemunhas, uma delas é um amigo meu, que apesar de estar longe, vê tudo o que publico e adora estas memórias.

Mas para ti meu Menino - sim para ti-, vais ficar sossegado nada de comentários, nada que possa identificar os protagonistas. Sabes a conversa do papagaio?

Tu que sabes, eu que sei, cala-te tu que eu me calarei.

Voltando ao assunto, foi um acidente que aconteceu a um senhor cá da terra. Estava no seu local de trabalho, com os seus empregados, em plena hora de almoço, e numa ida à casa de banho, ouviu-se um grito bem aflito - parece que dias antes ao comer peixe tinha engolido uma espinha -, naquela hora, ela decidiu “sai ” naturalmente pelo sítio menos próprio. Ou seja: já tinha dado a volta toda e estava à procura de saída. Agora algum de vós consegue imaginar a vergonha daquele homem, passar por um pátio cheio de gente, para “agravar” a situação, seus empregados, aos gritos a segurar as calças e a querer andar cheio de dor, em direcção à escada para ir para casa?

Pois é eu fartei-me de rir e as outras pessoas não riram por medo, não foi por falta de vontade, até porque todos nós somos hábeis a rir de tudo o que seja mau, é ou não? Eu fui para casa e escrevi uns longos versos. Não vou partilhar todos por razões óbvias, é que menciono vários nomes e sem eles já não faz sentido, portanto deixo-vos só os possíveis, esperando que sirvam para vos distrair um pouco.


O dia treze e a espinha atravessada.

Era sexta-feira, treze
Em Agosto, mas que azar
Para tudo é preciso sorte
Até mesmo para ca....

Olha a maldita da espinha
Onde é que ela foi parar
Enganou-se no caminho
Pois queria ir para o mar.

Socorro, ai quem me acode
Chamem já algum doutor
Tenho uma espinha entalada
Mesmo aqui no sim senhor.

Subiu a escada de gatas
Parece até brincadeira
E a segurar as calças
Mas que grande trabalheira.

Coma sopa como eu.
Que não tem espinha nem osso.
Ou pãozinho com azeitonas
Mas cuidado com o caroço.

Quando eu for comer peixe
O que é raro acontecer
Desta história bem patusca
Eu não me posso esquecer.


E, pronto meus amigos, mais um pedaço da minha vida, a vida é feita de momentos, de memórias, e assim vamos vivendo, é bom recordar, e não se pode só recordar o que foi bom, mas eu tento partilhar apenas o que nos possa permitir aliviar um pouco os assuntos sérios da vida. Eu estou entretida e, se vos conseguir arrancar um leve sorriso que seja, já fico feliz.


Uma boa noite para todos, saúde, paz e esperança nos vossos corações.

Muito obrigada pela vossa companhia.


Bem Hajam.

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