Ditotes Talvez Azedos


Cá estou eu, mais umas memórias para partilhar convosco. Hoje trago mais uns versos, daqueles escritos nos dias, assim, assim. Nos dias em que comecei a perceber, que isto de “andar “por cá, não é fácil, e ou abrimos os olhos ou comem-nos vivos.

Naqueles dias em que me lembrava, dos sacrifícios, que os meus pais enfrentaram, a comer pelas “mãos“ de quem os escravizava, e eu verificava, que se deixa-se, ainda havia “boa gente” que pensava fazer-me o mesmo, mas enganaram-se redondamente; estavam na porta errada.

 

Ditotes talvez azedos.

Quem desdenha quer comprar

mas eu nunca desdenhei

nada me caiu de céu

o que quis eu conquistei.

As coisas belas da vida

não se conseguem comprar

mas é uma grande luta

para as conseguir alcançar.

Eu cá nunca implorei

nem gosto de mendigar

o carinho não é esmola

carinho é para trocar.

À muito humano que gosta

de ver outro passar fome

coma de noite e de dia

porque a Besta também come.

Ao mundo chegamos feitos

não se pode isso negar

depois é a própria vida

que acaba por nos moldar.

Não gosto de renhohós

nem de falsa compaixão

prefiro quem diz o que sente

e o que vem do coração.

O dinheiro não compra tudo

nem saúde ou felicidade

os sentimentos comprados

só podem ser falsidade.

Ser pobre não é defeito

mas ser parvo, pode ser

é preciso estar alerta

para se poder defender.

Quem muito se baixa mostra

o que não se deve ver

com dois ou três pontapés

acaba por aprender.

Com a ideia que tenho.

nunca me hei-de vergar

trabalho para comer

mas não me deixo pisar.


Era assim a vida, e não sei se mudou muito, eu sei que mudei, a vida obrigou-me a mudar, quando se é novo temos sempre a ideia, de que vamos mudar o mundo, mas depois, nós é que temos que mudar, se queremos sobreviver, mas apesar de tudo continuo a acreditar, que se tivermos vontade, podemos fazer uma pequena diferença, mesmo pequena que seja, é preciso coragem, para a fazer.

Uma boa noite para todos os amigos e muito obrigada pela vossa companhia.

 

Comentários

Mensagens populares