O Porco condenado


Amigos vou trazer-vos, hoje mais uma história do café, e não pensem os mais novos, que é anedota, foi mesmo verdade e muito fácil de acontecer, e felizmente ainda existem muitos amigos, que se lembram, bem deste episódio, um porco que foi ao café. Naquela época os porcos, para abater vinham de véspera, ficavam nas cochias, que eram, do outro lado da estrada, no outro dia atravessavam, a estrada para vir para o matadouro, e nesse dia um deles entendeu, que também tinha direito a um cafezinho, tornou-se mais engraçado, porque como alguns de vós sabem, o autocarro, que fazia o trajecto, Lisboa, Torres Vedras, foi durante muito tempo conduzido pelo mesmo motorista, e viajava uma professora, que dava aulas em Runa, e todos os dias, enquanto os passageiros, uns entravam e outros saíam, o motorista e a professora, vinham tomar um cafezinho 8h e 45m estavam sempre os dois cafés, em cima do balcão, nesse dia, quando o porco entrou pelo café dentro, podem imaginar, o que foi, principalmente, para a professora, uma Senhora nascida e criada na cidade, que nunca tinha visto um porco, dentro de um café, mais tarde fiz estes versos até para não me esquecer.
O Porco condenado
Um porco já condenado
ia a caminho da morte
o seu último desejo
ir ao Estrela da Sorte.
Como se tudo fosse seu
entrou ali a correr
era a última corrida
sabia que ia morrer.
O Raposo a ralhar
o Pedro Charrua a rir
e o porco sem vontade
de para a rua sair.
Armou-se uma confusão
e já ninguém se entendia
no meio de tanta bagunça
até o porco se ria.
A Senhora professora
com medo até nem gritou
mas não esteve em demasias
e para a mesa saltou.
Grita o Raposo zangado
ó mulher para que é isso
amanhã ainda vai comer
a carne dele em chouriço.
O Motorista aflito
queria seguir o caminho
a professora gritava
tirem daqui o bichinho.
Para tratar do assunto
valeu o Pedro Charrua
pegou na professora ao colo
levou-a para o meio da rua.
Com gritos e gargalhadas
lá tudo se resolveu
só o pobre desgraçado
é que não escapou, morreu.
Era esse o seu destino
e não consegui escapar
no outro dia no talho
está em bifanas para assar.
Rosa Borges Simões.
Afinal, à trinta e tal anos, já os animais, de estimação, ou não, entravam nos estabelecimentos, bastava para isso que a porta se encontra-se aberta, como foi este caso.
Memórias que sabem muito bem recordar, assim como sei que muitos de vós, também vão gostar, tempos tão diferentes de hoje.
Por hoje fico por aqui, desejando a todos os amigos uma boa noite, e muito obrigada, por estarem desse lado.


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