O lobo e a raposa
Cada dia é um dia diferente. Ontem estava com vontade de partilhar uma
paródia, afinal partilhei um sermão. A paródia ficou em lista de
espera porque as partilhas são como tudo na vida: tudo tem a sua
hora. Hoje vou partilhar uma história que foi escrita por Francisco
Manuel de Melo, que nasceu em 1608 e faleceu em 1666, e ao desfolhar um
livro muito velhinho, e ler esta história fiquei a pensar, como é que é
possível,que passados todos estes anos continue tão actual a lição do
Lobo e da Raposa.
Quando tudo era falante
Diz que a raposa caiu
Num poço de água abundante
Chegou o lobo arrogante
Que passava ao acaso e a viu.
Duma polé pendurava
«Porque o poço era profundo»
Uma corda, a qual atava
Dois baldes... um no alto estava
No outro a raposa no fundo
Pois a bicha, que era matreira
Chama o lobo e diz - Senhor
Já que eu não fui a primeira
Socorrei vossa parceira
Que eu sei que tendes valor.
Ora assim, sem mais porfia
O lobo que é fanfarrão
Já no balde se metia
Ele cai, ela subia
Por uma mesma invenção.
Toparam-se ao perpassar
E o lobo, meio caindo
Nem lhe ousava de falar
Ela... a rir e a arrebentar
De se ver tão bem subindo.
Enfim ao medo venceu
Fala o lobo, e diz - comadre
Isto vos mereço eu???
Ela a zombar do sandeu
Nem lhe quis chamar compadre.
Mas diz-lhe - Dom vagabundo
Teus queixumes não me empecem
Acaba já de ir-te ao fundo
ISTO SÃO COISAS DO MUNDO
QUANDO UM SOBE... OS OUTROS DESCEM.
E é isto a nossa realidade. Passam dias, passam anos, passam séculos, nada muda.
Diz que a raposa caiu
Num poço de água abundante
Chegou o lobo arrogante
Que passava ao acaso e a viu.
Duma polé pendurava
«Porque o poço era profundo»
Uma corda, a qual atava
Dois baldes... um no alto estava
No outro a raposa no fundo
Pois a bicha, que era matreira
Chama o lobo e diz - Senhor
Já que eu não fui a primeira
Socorrei vossa parceira
Que eu sei que tendes valor.
Ora assim, sem mais porfia
O lobo que é fanfarrão
Já no balde se metia
Ele cai, ela subia
Por uma mesma invenção.
Toparam-se ao perpassar
E o lobo, meio caindo
Nem lhe ousava de falar
Ela... a rir e a arrebentar
De se ver tão bem subindo.
Enfim ao medo venceu
Fala o lobo, e diz - comadre
Isto vos mereço eu???
Ela a zombar do sandeu
Nem lhe quis chamar compadre.
Mas diz-lhe - Dom vagabundo
Teus queixumes não me empecem
Acaba já de ir-te ao fundo
ISTO SÃO COISAS DO MUNDO
QUANDO UM SOBE... OS OUTROS DESCEM.
E é isto a nossa realidade. Passam dias, passam anos, passam séculos, nada muda.
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