CANSAÇO
A vida é feita de momentos. Dois momentos diferentes marcaram hoje o meu dia.
No regresso da minha caminhada vou sempre dar os bons dias aos meus sobrinhos (Churrasqueira Povoense) hoje tive o grato prazer de encontrar lá os meus sobrinhos netos.
Os meus saloinhos que "viraram" alentejanos, e que vão ser pais em breve.
A minha sobrinha se sempre foi linda agora que carrega no ventre uma Aurora, está resplandecente, respira luz e felicidade por todos os poros, adorei aquele encontro.
Um momento que iria servir para me dar alento para todo o dia.
Mais perto de casa, um encontro, um momento que me deixou com um estado de espírito completamente diferente do que trazia.
Uma amiga, que podia ser minha filha, estava com um ar tão cansado e tão distante, por mais que quisesse disfarçar não conseguia, hoje não estava bem, no meio da nossa curta conversa (porque ela não estava disposta a conversar) tentei dar-lhe algum ânimo, mas sem resultado.
Em jeito de despedida, para me "despedir" disse-me apenas: Hoje acordei a pensar O QUE FAÇO POR CÁ?
Fiquei sem resposta, mas durante todo o dia esta pergunta não me saiu da cabeça.
O que fazes cá, minha querida amiguinha?
O que sempre fizeste, enfrentaste sempre "o boi pelos cornos" já levaste tantos pontapés da vida, tantos empurrões e sempre te levantaste e seguiste o teu caminho, estás agora a querer mandar a toalha ao chão?
És uma super Mãe, uma Avó babada, uma Mulher lindíssima com um coração do tamanho do mundo, e perguntas o que fazes por cá?
Fica sabendo que se julgas que hoje não fizeste nada que valha a pena, já me fizeste chorar e afinal chorar também é viver.
Não és a única (infelizmente) todos nós temos dias em que nos interrogamos, em que temos dúvidas, mas é preciso parar e pensar um pouco, para encontrar razões para ir à luta e não deixar que esse malvado cansaço nos derrube.
Para ti e para os que se encontrem "cansados e desiludidos" deixo umas linhas que escrevi, num dia em que também me interroguei e quase que o cansaço me venceu, felizmente não conseguiu.
Deixo-te as fotos de um bolbo, velho, ressequido que certamente também chegou a "pensar" o que é que eu faço por cá?
E vês o resultado?
É isso apenas.
Cansaço
Este meu cansaço atroz
Não me quer abandonar
E não encontro um jeito
Para dele me afastar
Não chegou pelo trabalho
E eu não o procurei
Mas chegou bem de mansinho
Qual raposa traiçoeira
Encontrou - me no caminho
E só agora é que sei
Chegou cheio de má-fé
Não sabe o que é carinho
Trás na mala, falsidade
Chegou por eu ser sincera
Por só gostar das verdades
Tenho de arranjar maneira
Para dele me afastar
Por mais teimoso que seja
Comigo está enganado
Este meu cansaço atroz
Vai ter que morrer sozinho
Pois não me vai ver parar
Nem deixar de acreditar
Que sem ele
Ainda existe outro caminho
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