Nossa Senhora da Nazaré - a peregrina.

 

Agora que (segundo me parece) vão voltar os festejos nas nossas aldeias, resolvi partilhar uns versos que fiz dedicados à Nossa Senhora da Nazaré, a Santa peregrina que percorre dezassete freguesias, se não estou enganada.
Com esta partilha pretendo homenagear todas as pessoas que fazem parte das comissões de festas, das direcções dos pequenos Clubes das nossas aldeias, dos Ranchos Folclóricos, resumindo, todos os que trabalham para o bem comum de toda a população e raramente lhes é reconhecido o seu trabalho.
Sei por experiência própria e por acompanhar durante muitos anos a vida do Clube Desportivo Povoense (a chamada Sociedade) que nunca se consegue agradar a gregos e a troianos, mas é muito frustrante essas pessoas deixaram muitas vezes a companhia dos seus familiares, deixarem os seus trabalhos por fazer, para se entregarem desinteressadamente às causas a que se propuseram, uma causa que no fim será em benefício de toda a população, alguns dirão: Eu não preciso das festas para nada, e ninguém os mandou ir para lá. Eu sei, mas também sei que muitos dos que falam assim, depois gostam de ouvir a banda tocar, gostam de ver a procissão a passar (nem que seja para censurar) gostam de ver as ruas engalanadas, gostam de rever os amigos que porventura estão longe e voltam no dia da festa.
Portanto para os que trabalham para "nós" abnegadamente, o meu obrigada e um pedido, continuem a fazer o que vos dita a consciência, façam o que vos dá prazer, nunca conseguirão agradar a todos nem serem reconhecidos como merecem, mas o ditado é antigo, os cães ladram e a caravana passa, e outro, as acções ficam com quem as pratica. Bem-Hajam
Fiquem então com a Senhora da Nazaré, que ela vos abençoe e ao mundo inteiro por esmola.
Como sabem, os meus versos são (quase) sempre escritos em tom de brincadeira, mas com todo o respeito, por tudo e por todos.

Senhora da Nazaré
Anda sempre a passear
Passeia de terra em terra
Um ano em cada lugar
 
Dezassete Freguesias
Ela tem que proteger
Assim não lhe morde a pulga
Há sempre muito a fazer
 
Já foi à Igreja Nova
A Mafra e à Ericeira
Santo Isidoro, Montelavar
E também à Carvoeira
 
Cheleiros e Encarnação
E São Pedro da Cadeira
Alcainça e Terrugem
E Sobral da Abelheira
 
Vai a São João das Lampas
Ao Gradil e à Azueira
Eu não sei qual é a ordem
Mas não é desta maneira
 
Em Santo Estevão das Galés
Fui à noite vê-la chegar
E à Enxara do Bispo
Também a fui visitar
 
Na igreja de Santo Estevão
Adorei ver a chegada
Uma multidão à espera
Para ser abençoada
 
Logo no dia seguinte
Como há muito não se via
Chegou a Senhora do Cabo
Para lhe fazer companhia
 
Uma do cabo Espichel
A outra da Nazaré
Aqui se juntaram ambas
Transmitindo Amor e Fé
 
Duas Santas peregrinas
Que andam de terra em terra
Muitos lhes pedem saúde
Outros que acabem com a guerra
 

Oxalá elas consigam
Seus pedidos atender
Do modo que vai o mundo
Que aja um milagre a valer